7 Mitos da Reprodução Humana
O imaginário popular criou, ao longo do tempo, uma série de ideias que foram se consolidando como verdades absolutas, dando origem aos famosos 'mitos' ou 'preconceitos'. O corpo feminino e a fertilidade da mulher são fontes de inúmeras fantasias que, ao invés de ajudar as mulheres, podem criar inúmeros obstáculos. Com o homem não é muito diferente. Antes de conhecer uma lista dos sete maiores mitos sobre o assunto, vamos esclarecer quando um caso pode ser considerado de infertilidade e quais as principais causas para homens e mulheres.
Principais mitos sobre infertilidade
1 - A mulher é responsável pela maioria dos casos de infertilidade
Ninguém é mais responsável que o outro pelas dificuldades de gerar filhos. Em cerca de 40% das vezes, a dificuldade provém do homem. Em outros 40%, da mulher. Nos outros 20% restantes, os dois possuem problemas que impedem a gravidez.
2 - Casais com fertilidade normal engravidam no primeiro mês
Para os casais com fertilidade normal, a chance de gravidez por ciclo ovulatório gira em torno de 20%. Portanto, não é surpresa o fato de que podem se passar vários meses até que o casal consiga a gravidez. Sabe-se que ao final do primeiro ano de relacionamento sexual ativo, sem uso de qualquer método anticoncepcional, 85% dos casais terão conseguido a gravidez. Os 15% restantes, ou seja, 1 em cada 6 casais, não a conseguirão. São estes os casais que devem procurar ajuda médica para ter filhos.
3 - Ter endometriose impede a gravidez
Números divulgados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) mostram que 50% dos casos de infertilidade feminina estão associados à endometriose, o que não significa que seja ela, a endometriose, a causadora da infertilidade. Por outro lado, apenas 30% das mulheres com endometriose terão infertilidade. Ou seja, 70% podem obter sua gestação sem utilizar tratamentos.
Para aquelas que precisam de tratamentos de reprodução assistida, as opções disponíveis são seguras e eficientes. Dentre as alternativas com maior chance de sucesso está a fertilização in vitro (FIV). Alguns casos, no entanto, podem ser resolvidos de maneira mais simples, com tratamentos clínicos ou mesmo cirúrgicos.
4 - Usar pílula anticoncepcional por muito tempo provoca infertilidade
O uso de pílulas anticoncepcionais não causam infertilidade. Independentemente do tempo de uso do método contraceptivo, geralmente a mulher está apta para engravidar dentro de algumas semanas após a interrupção do anticoncepcional.
No entanto, em algumas situações, o uso do anticoncepcional pode mascarar outros problemas, caso os hormônios contidos na pílula amenizem os efeitos de algum outro sintoma que possa ser associado com a infertilidade, como os distúrbios hormonais de origem hipofisária ou mesmo ovarianos por exemplo.
5 - Mulheres com ovários policísticos não têm chances de engravidar
A Síndrome do Ovário Policístico é um distúrbio endócrino que altera os níveis hormonais, fazendo a mulher ovular menos. Essa condição diminui, mas não elimina, as chances de uma gravidez. Para quem precisa de tratamento, diversas são as opções, de acordo com o histórico de cada paciente e a recomendação de cada médico. Existem várias alternativas, que vão desde exercícios, dietas e suplementação, até a utilização de remédios para estimular a ovulação.
6 - A mulher que faz tratamento para engravidar terá gêmeos ou trigêmeos
Alguns casos de gravidez múltipla em tratamentos de reprodução assistida, como inseminação artificial ou fertilização in vitro, acontecem porque geralmente são recrutados mais óvulos no procedimento ou transferidos mais de um embrião por ciclo para aumentar as chances de gestação.
Mas, com as melhoras nas técnicas fertilização in vitro, no congelamento e descongelamento dos embriões observadas nos últimos anos e que aumentaram a eficiência destes procedimentos, permitiu-se uma redução no número de embriões transferidos sem a redução das chances de gestação. Com essa melhor eficiência e as regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina, que relacionaram o número de embriões com as faixas de idade das mulheres, esses riscos estão diminuindo significativamente.
7 - Útero retrovertido dificulta a gravidez
O útero retrovertido, também conhecido como útero invertido, é uma condição que quando natural e isolada, não interfere diretamente na fertilidade feminina. Ele só dificulta a gravidez quando está associado ou é resultante de algum outro quadro patológico, como as infecções pélvicas ou até mesmo a endometriose que podem causar a fixação do útero na parede posterior da cavidade pélvica através de aderências.
Considerações finais
Cuidado com a crendice popular, quando existe um problema de fertilidade, o ideal é procurar o quanto antes um especialista e verificar as melhores opções de tratamentos estudados e validados cientificamente por médicos, para a resolução do problema. Cada paciente é único e necessita de um tratamento individualizado. E quando se fala em fertilidade, principalmente a feminina, quanto mais cedo a mulher ou casal buscarem ajuda, mais chances terão de realizar o sonho da maternidade e da paternidade.
Categoria: Blog
Publicado em: 28/05/2024