PESA (Punção do Epidídimo)
A aspiração percutânea de espermatozoides do epidídimo (PESA) é um procedimento cirúrgico em que uma agulha é introduzida superficialmente no epidídimo
Com o objetivo de extrair espermatozóides de homens que, por algum motivo, não ejaculam estes gametas por una obstrução no sistema. O procedimento, como veremos a seguir, pode ser indicado para diversos casos, mas os mais comuns são pacientes vasectomizados que não têm interesse em reverter ou não podem reverter a vasectomia, pacientes com ausência dos ductos deferentes ou com azoospermia obstrutiva, causada por processos inflamatórios.
Enquanto a PESA pode ser realizada na clínica de reprodução assistida, a MESA (extração microcirúrgica de espermatozóides do epidídimo) é um procedimento realizado com a ajuda de um microscópio cirúrgico em um centro cirúrgico e, por isso, indicado apenas em casos específicos e com um custo mais alto.
Casos em que a PESA pode ser indicada
Abaixo algumas indicações mais comuns para realizar o procedimento. Lembrando apenas que, como veremos mais para frente, há outros meios de coletar espermatozóides e apenas um médico especialista pode recomendar o melhor caminho após examinar e diagnosticar cada paciente.
· Vasectomia
A vasectomia é um procedimento cirúrgico feito por homens que não desejam ter mais filhos. Na prática, a cirurgia é realizada para interromper a passagem dos espermatozóides dos testículos para o líquido ejaculado. Isso significa que o sêmen continua sendo expelido durante as relações sexuais, mas sem os espermatozóides, que são as células reprodutivas masculinas. É possível reverter uma vasectomia e recuperar a fertilidade na maioria dos casos. No entanto, alguns pacientes não querem ou não conseguem efetivar esse processo reversivo.
· Azoospermia
A Azoospermia é uma condição que ocorre em cerca de 15% dos homens que apresentam infertilidade e é caracterizada pela ausência de espermatozóides no sêmen. O problema é geralmente causado por alguma patologia que afeta a produção de espermatozóides pelos testículos ou pode ser fruto de algum problema que bloqueia a saída dos gametas masculinos e nestes casos pode ser realizada a PESA.
Detalhes do procedimento na PESA
O procedimento de punção do epidídimo é considerado de baixa complexidade e pouco invasivo e pode ser feito com anestesia local. Nele, o médico isola o epidídimo com uma mão, estabilizando a porção a ser puncionada entre os dedos médio, indicador e polegar, enquanto a área testicular é posicionada sobre a palma da mão. Depois disso, uma agulha fina (29-33G) conectada a uma seringa hipodérmica é inserida no epidídimo através da pele escrotal, com o cuidado de evitar que se atinja pequenos vasos visíveis a olho nu.
Na sequência, o médico realiza pressão negativa com o êmbolo da seringa e movimentos delicados de 'vai e vem' sem retirar a agulha do epidídimo, até que uma pequena quantidade de fluido seja aspirado na seringa (cerca de 0,1 mL). O material colhido é diluído com meio de cultivo tamponado e aquecido (37o C), para depois ser enviada para avaliação laboratorial.
O procedimento pode ser repetido no mesmo ato cirúrgico em locais diferentes do mesmo epidídimo ou no epidídimo contralateral, até a extração da quantidade necessária de espermatozóides para fertilização. Geralmente o procedimento não requer sedação e o paciente pode ser liberado no mesmo dia. Já a fertilização é conduzida por meio de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
Fertilização in Vitro com ICSI
A ICSI é uma técnica de reprodução assistida conduzida e realizada no tratamento da Fertilização in vitro (FIV). Nela, o espermatozóide que vai fertilizar o óvulo é selecionado com uma micro agulha e depois é injetado no óvulo.
Esta técnica é utilizada quando existem alterações na quantidade, na motilidade ou na forma dos espermatozoides, o que poderia impedir sua entrada no óvulo de maneira natural. Também se utiliza esta técnica quando o homem apresenta azoospermia e os espermatozóides devem ser recuperados por coleta alternativa. Também se utiliza esta técnica em pacientes com vasectomia.
Vale lembrar que o Projeto Alfa realiza o processo de ponta a ponta, desde os exames para detectar o problema de infertilidade, passando pela extração dos espermatozóides, até a fertilização in vitro com ICSI.
Outras formas de coletar espermatozóide
Existe a possibilidade de o procedimento não apresentar nenhum espermatozóide na punção do epidídimo. Caso isso ocorra, outras técnicas poderão ser utilizadas, como:
Tese - Biópsia do testículo
A Biópsia aberta ou TESE é a retirada cirúrgica de um pequeno fragmento de tecido testicular. Este material é entregue a uma bióloga ainda na sala cirúrgica para avaliar a presença ou não de espermatozóides. O processo é repetido até que se encontre gametas suficientes para a fertilização in vitro. Este procedimento que é feito sob anestesia local, pode ser realizado somente em um dos testículos, unilateral ou nos dois, bilateral.
Tesa - Punção do testículo
A Aspiração Percutânea de Testículo (TESA) é indicada em casos de azoospermia não-obstrutiva ou quando existe falha de uma aspiração percutânea de epidídimo. Trata-se de uma aspiração percutânea do testículo utilizando uma agulha fina ou uma agulha de maior calibre.
MESA - Microaspiração de Espermatozoides do Epidídimo
É um método que também visa aspirar fluido epididimário, porém é realizado de forma aberta, ou seja: é feita uma incisão de cerca de alguns centímetros na pele do escroto para chegar ao epidídimo, precisa do uso de um microscópio cirúrgico, o que aumenta muito os custos em comparação com a PESA.
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Neste artigo, explicamos algumas questões sobre a eletroejaculação e outros procedimentos para a coleta de espermatozóides. Caso você tenha alguma outra dúvida, nos chame no WhatsApp, clicando no botão localizado no canto inferior direito dessa página, e fale com a equipe Projeto Alfa.