O que é reprodução assistida e quais os tipos de tratamento?
O termo pode parecer complexo, mas o significado é bem simples. A reprodução assistida ou reprodução humana assistida é o nome dado para procedimentos realizados por médicos e clínicas especializadas para tratar casos de infertilidade. Ou, em outras palavras, é um conjunto de técnicas que ajuda mulheres a aumentarem as suas chances de engravidar ou mesmo adiar a maternidade.
O primeiro 'bebê de proveta', nascido a partir da fertilização in vitro, nasceu em 1978. Na época, os primeiros procedimentos buscavam auxiliar mulheres que tinham trompas obstruídas, fator que impede o encontro de óvulos com os espermatozoides e consequentemente impede a gravidez. O início era promissor para tratar casos de infertilidade, mas a taxa de sucesso ainda era pouco efetiva, algo em torno de 10%.
Com o passar das décadas, o aprimoramento das técnicas de reprodução assistida e o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da medicina, os processos não apenas se tornaram mais eficientes, chegando em média a 50%, como os tratamentos passaram a se estender para outros diagnósticos, como endometriose, idade avançada e infertilidade de causa desconhecida.
Em 1992, quando surgiu a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), a infertilidade masculina também passou a ser tratada com maior eficácia. A técnica consiste na introdução de um único espermatozoide, previamente selecionado, no óvulo, para realizar o processo de fecundação.
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Infertilidade feminina e masculina
Nem todo mundo sabe disso, mas o fato é que a eficiência da fertilidade natural humana é relativamente baixa, em média de 22% a 25% por casal. Na prática, isso significa que, se tudo estiver adequado e sem alterações fisiológicas, uma gravidez pode levar de 8 a 12 meses para acontecer, a partir de relações sexuais regulares. De modo geral, cerca de 40% das causas de infertilidade são masculinas, 40% femininas e 20% são mistas.
Entre os diagnósticos mais comuns para as mulheres com problema de infertilidade estão distúrbios hormonais que impedem o desenvolvimento dos óvulos, síndrome dos ovários policísticos (ausência de ovulação), problemas nas trompas ou tubas uterinas, endometriose, infecção no colo do útero ou o próprio avançar da idade, sobretudo a partir dos 35 anos.
Já para o homem, embora a idade também possa ter influência na questão da infertilidade, essa não costuma ser uma causa tão recorrente quanto nas mulheres. Isso porque, ao contrário da menopausa, a andropausa atinge o corpo de modo mais moderado, e geralmente a partir dos 55 anos.
Quais os principais tratamentos de reprodução humana assistida?
As técnicas de reprodução assistida existentes são 3. São elas: o coito programado, a inseminação artificial e a fertilização in vitro, com ou sem injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), com ou sem estudo genético dos embriões.
No entanto, enquanto o coito programado e a inseminação artificial não ultrapassam a taxa mensal de 20% de êxito de gravidez, enquanto a fertilização in vitro (FIV) permite aos pacientes alcançar até 55% de sucesso.
Vale considerar que, quanto menor a idade da paciente, maiores as chances de sucesso em qualquer uma as técnicas. Em mulheres a partir dos 40 anos, por exemplo, a taxa de fertilidade cai para, em média, 5%.
Confira a seguir a diferença entre cada um dos tratamentos!
1 - O que é e como funciona a fertilização in vitro (FIV)?
A fertilização in vitro, ou apenas FIV, é um tratamento que fertiliza os óvulos em um laboratório especializado, como o do Projeto Alfa, para depois transferir os embriões para o útero materno.
Para realizar o procedimento, é realizada a coleta dos óvulos da mulher e do espermatozoide de seu parceiro. Na maior parte dos casos, essa fertilização acontece com a injeção de um espermatozoide em cada oócito com a ajuda da microagulhas e um sistema de amplificação de imagem apropriado (fertilização in vitro com ICSI).
Contudo, em alguns casos, a mesma fertilização pode ser obtida por um simples preparo e seleção de oócito e espermatozoides, que são colocados em um mesmo recipiente (plaqueta) e incubados juntos, para que dentro de 18 horas um espermatozoide penetre e fertilize o oócito espontaneamente (FIV convencional).
2 - O que é e como funciona a inseminação artificial?
Na inseminação artificial, os espermatozoides são introduzidos diretamente no útero, e por isso, o método é conhecido como inseminação intrauterina.
O procedimento torna a viagem 'mais curta' para os espermatozoides e permite que somente aqueles com melhor qualidade cheguem à cavidade uterina e entrem na trompa para encontrar o óvulo que deverá ser fecundado.
Assim como ocorre para todos os métodos de baixa complexidade, no entanto, a inseminação depende do bom funcionamento das trompas uterinas para que a gravidez aconteça.
O ideal é que o tratamento de inseminação artificial seja iniciado nos primeiros dias do ciclo menstrual. Assim, a paciente deve receber medicamentos indutores da ovulação, que promovem o desenvolvimento do folículo (estrutura ovariana que contém o óvulo).
Além disso, controles de ultrassonografia são realizados durante o estímulo para garantir que o processo transcorra bem.
Na sequência do tratamento, quando o tamanho ideal do folículo é alcançado, um segundo medicamento é aplicado para induzir a maturação e a liberação do óvulo pelo ovário (ovulação), o que acontece por volta de 36 a 40 horas após o procedimento.
Por fim, no dia da ovulação é feita a coleta do sêmen. Ele é processado no laboratório, concentrando os melhores espermatozoides, que depois são introduzidos na cavidade uterina via cateter.
O procedimento é simples e muito parecido com um exame ginecológico de rotina. Duas semanas depois, o teste de gravidez indica se houve sucesso no tratamento.
3 - O que é como funciona o coito programado?
O coito programado, ou sexo programado, é um outro tratamento considerado de baixa complexidade em reprodução assistida. Após exames para diagnóstico, ele é o primeiro procedimento indicado para tratar a infertilidade. Em grande parte dos casos, o coito programado é recomendado para casais em que a mulher possui trompas normais e o parceiro apresenta o sêmen também normal.
Basicamente, o tratamento consiste em acompanhar de perto o ciclo menstrual da mulher, monitorando a ovulação por meio de exames de ultrassom e dosagens dos níveis de hormônios no sangue e na urina.
Durante o período ovulatório, o casal é orientado a ter relações sexuais com maior frequência. Em casos específicos, os ovários podem ser estimulados com medicamentos que aumentam a precisão para o dia fértil.
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Categoria: Blog
Publicado em: 19/06/2020